02/03/2007

É bem possível que.


Está de facto num outro lado. O nosso problema agora é fazer com que se mantenha lá. Ou trazê-lo para junto de nós com as condicionantes já debatidas.
E que ninguém se atreva a sussurrar uma sibilante que seja sobre o estado de alma mais aconselhado para lidarmos com a eventualidade de nos depararmos, de facto, com ele, num futuro mais ou menos próximo - mas sempre com uma tecnologia superior. Isso seria por demais desaconselhável, até porque o sujeito é grande e imprevisíveis são os seus modos no que ao encontro com terceiros concerne… Lembrai-vos do célebre episódio da Marmota, onde o que foi arremessado serviu de exemplo para os incautos que, na impossibilidade de prever a Catástrofe - sem o aviso prévio dos mais elucidados - se quedaram de boca aberta, incrédulos perante o poder avassalador da investida perpetrada*.
Façamos de conta que estamos no Velho Oeste. Excluídos os pormenores de relevância menor - como os coldres em pele e um ou outro daqueles coisos sêcos que atravessam as estradas poeirentas, empurrados pelo vento quando não há mais ninguém nas ruas e o relógio da cidade esgota os segundos finais para o começo do duelo – toda a conjuntura configura um estado de tensão bastante semelhante ao que se vivia nos fins de tarde texanos.
Ajamos em conformidade. Sejamos cautelosos. Sigamos instruções.
1. Um de nós sabe demais.
2. Dois de nós sabem de menos.
3. Na mesa estará a faca.
4. O quarto deve limpar-se e abrir-se aos outros três.
5. O primeiro já o sabia.
6. Para os segundos é novidade.
7. Três de nós saberão demais.
8. O quarto deve morrer.
9. A faca deve limpar-se.
10. Esperar que o outro chegue.

Há maçãs e vinho na sala ao lado.

*Tivessem eles a noção prévia do que iriam testemunhar e nada de espectacular seria agora descrito. Um passo, dois metros ao lado, teria sido o suficiente para que esta narrativa perdesse a dimensão espectacular que agora lhe traz algum sumo.

5 comentários:

pvc disse...

Franz, és tu?
Gostei dos "coisos sêcos"...

Santa Ignorância disse...

Serei eu que sei de menos? Ou saberei demais? Serei que vou morrer? Quem é que arruma o quarto? O meu cerebro neste momento assemelha-se a um coiso sêco. Bem , vou limpando a faca e depois logo se vê! Pelo sim pelo não, não leves o Fantas muito a sério!

Anónimo disse...

Eu gostei mesmo foi da última frase "Há maçãs e vinho na sala ao lado". Faz-me lembrar um quadro...

Mushi disse...

Flanco (!!!) Enzo Cormann, o dramaturgo francês...conheces?

Le disse...

Batatas, salada, milho!